sexta-feira, novembro 22, 2002

Amigos



Lausanne - Suíça

terça-feira, novembro 19, 2002

"Caldelas está parada, precisa de crescer e de se modernizar"

Quase dois anos após o início de de um projecto, surge agora o Churrasqueira de Caldelas, que se apresenta totalmente remodelado e com modernos equipamentos e instalações. O Restaurante Churrasqueira de Caldelas, cuja inauguração foi objecto de uma simples cerimónia, onde não faltaram, o presidente da Câmara Municipal de Amares, membros da autarquia, os autores do projecto, os proprietários e muitos amigos e figuras da vida social das Termas de Caldels

A reabertura do Restaurante Churrasqueira de Caldelas, poderá ser o início do virar da página , para um processo de revitalização de uma das mais belas termas portuguesas, que teimam em não acompanhar o progresso.

José Antunes, o proprietário, mostra-se optimista, acredita no futuro e pensa que outros hoteleiros lhe poderão seguir as pegadas. “Temos de ser nós a dar o pontapé de saída … Caldelas está parada, precisa de crescer e de se modernizar…” asseverou em tom provocatório.

José Antunes - Estabelecimentos Hoteleiros Lda, integra ainda a remodelação da Pensão Universal, e a construção do Hotel do Eirado.

Esta iniciativa vem reforçar o papel que esta empresa tem tido na preservação e promoção da gastronomia da região.


Manuel Araújo

terça-feira, outubro 22, 2002

Amigos


Fernando Pessa

Luís Esteves

Pedro Barroso

Consul de Zurique Dra. Marchueta

Zé Zé Miranda e Carlos Ribeiro

Patrícia Portugal

terça-feira, outubro 01, 2002

Suíça - Lausanne


Políticos e banqueiros da Suíça - Ano 2002

Suíça - Lausanne



Eu sou o da direita... ;-)

Suíça - Lausanne


A Inês, chefe Silva e José Cid - Ano 2002

terça-feira, setembro 24, 2002

Lausanne

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Tãnia Lobo - RTPi- ano 2002

domingo, agosto 18, 2002

Caldelas - Abaixo-assinado a favor do auditório

Pelas Termas de Caldelas

Esta iniciativa não tem a intenção de constatar de um modo pernicioso, nem tão pouco de entrar em colisão com ninguém. Existe um espaço, o Auditório, que deve ter outra finalidade do que aquela que lhe dão neste momento.


Sabemos que o Grupo Desportivo tem uma função muito interessante e importante para a juventude da nossa terra. Mas, mesmo assim, a componente cultural está subaproveitada e é pena que assim seja. O Auditório pode e deve ter outras funções para que o bom nome, como a afirmação da nossa terra, possa ser uma realidade dentro de pouco tempo.


Há muito, que individualidades do Concelho, alegam poder trazer para as Termas de Caldelas um congresso mensal, ou até outro tipo de reuniões. Existem infra-estruturas hoteleiras capazes de darem uma resposta eficaz a esta possível eventualidade. Não só daria a possibilidade de dar a conhecer as nossas potencialidades turísticas, como de suscitar um interesse sócio económico a todos os agentes que nas Termas de Caldelas vivem.


Recordamos, que na nossa infância, nesta nossa terra, de quando existia um grupo Folclórico, cinema ao ar livre, Circo e até Teatro. É pena que as actividades culturais estejam tão por baixo, como podemos infelizmente averiguar neste momento. Caldelas só tenta receber e não dá nada em troca...


Auditório/anfiteatro


Abaixo-assinado de iniciativa popular em defesa do Auditório e da A.C.D.R. das Termas de Caldelas.


Os cidadãos abaixo assinados, manifestam às autoridades competentes, o seu interesse e desejo que o Auditório, situado no Centro Comercial, tenha a função que lhe foi destinado inicialmente, e que o mesmo significa que seja utilizado para fins culturais, como; realização de Congressos, incentivar o Teatro amador, O Folclore, Cinema e outros... O Grupo Desportivo, utiliza desde há 2 anos o espaço do Auditório, para exploração de um Bar, que deveria ser a título provisório.


Defendemos:


• Que as autoridades competentes, procurem solucionar o problema, facilitando a construção ou aquisição de um outro local próprio, para a A.C.D.R. e com as condições minimamente aceitáveis para o seu normal funcionamento.


• Conclusão das obras do Auditório. Que em colaboração com os agentes culturais do Concelho, se dê início à utilização adequada do espaço, pois são evidentes as vantagens e utilidade para as Termas de Caldelas.


Os signatários deste abaixo-assinado, esperam contribuir de forma decisiva para a resolução deste problema, que já se arrasta há anos e que leve a uma efectiva alteração do local de convívio do A.C.D.R.

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Nota:
Quase três anos após esta iniciativa popular e depois de acesas discussões, o bom senso acabou por vir ao de cima e o interesse geral acabou por se sobrepor ao particular.

Acabou a tasca, nasceu o Auditório.

Caldelas ficou a ganhar, já não era sem tempo !

Manuel Araújo

Novembro de 2005

sexta-feira, maio 03, 2002

Chefe Silva - Entrevista

Encontramos o Chefe Silva à sombra das frondosas tílias, na pacatez da sua terra natal, as Termas de Caldelas, onde vai amiúde “carregar baterias” e acedeu falar connosco.



Manuel Araújo


1. Quer-nos falar sua da família e o primeiro emprego, recorda-se ainda do primeiro ordenado?

A minha família materna, era proveniente de uns caseiros que passaram aqui por Caldelas e a do meu pai, é da família do Vinhas, família conceituada aqui da terra, era uma família de trabalho onde vivi. Depois de a minha mãe ficar viúva e como na escola me consideravam inteligente, puseram-me a estudar para padre, mas eu não nasci para aquilo e vim embora, fugi, vim para Caldelas e comecei a trabalhar ... Trabalhei nas obras e também como ferreiro, com o Félix na casa do Araújo.
Recordo, o meu primeiro ordenado nas obras, foi de oito escudos por dia, e como ferreiro, dois escudos...

2. Quais as qualidades imprescindíveis para ser um bom profissional ? A formação basta ?

A formação é importante.
Mas não basta, é preciso ter força de vontade e interesse pela profissão. Quem cair nela, deve dar o melhor de si, ser bom colega e ter bons amigos para poder aprender, porque ninguém pode ensinar, sem aprender primeiro.

3. Depois de todos estes anos, o cozinhar ainda é um prazer?

Cozinhar será um prazer toda a vida. Começou por ser ao cozinhar para os meus filhos, no trabalho que executava nos hotéis e restaurantes e continua sê-lo, seja perante as câmaras de televisão, ou sozinho em casa, mas aí, a minha mulher corre comigo (risos).

4. A tradição e as influências culinárias, ainda se mantém ?

A tradição culinária mantém-se e está até mais viva. As pessoas chegaram à conclusão de que vale a pena apostar na cozinha portuguesa. Aqui em Caldelas, devido ao termalismo e ao regime alimentar especial, come-se por exemplo uma vitela assada, que já não é igual à de Paranhos. Antigamente era assada no forno de cozer o pão, hoje, já é no fogão de lenha.
Aproveito para dizer, que devido à variedade culinária de Caldelas, tenciono editar um livro da localidade que é a minha terra, pois, temos aqui a cozinha senhorial, a termal e a dos campos…

Na última década, Portugal acolheu muitos galegos que tiveram uma influência positiva na cozinha lisboeta, mas muito negativa, na cozinha portuguesa. Quem positivamente influenciou a cozinha portuguesa, foram os cozinheiros do Alentejo, da Beira Alta, de Trás-os-Montes, aqui do Minho foram inúmeros os que se deslocaram para Lisboa. Terras de Bouro, deve ter dado centenas de profissionais, até o presidente da Câmara chegou a dizer, que iria erigir um monumento ao cozinheiro, mas não o fez, talvez por ser muito caro, mas um dia, alguém o fará…

5. A ciência da cozinha é uma fonte inesgotável ?

É uma fonte inesgotável, estão sempre a aparecer novos ingredientes e novas combinações.


6. Quais as fontes de inspiração para novas receitas?

São os conselhos que as pessoas me dão e as visitas que faço a restaurantes e particulares. Quando falam de cozinha, os meus ouvidos ficam logo atentos… procuro aprender e ensinam-me de boa vontade, quero aprender cada vez mais e evoluir até ao fim.

7. Que gosta mais de cozinhar, entradas ou sobremesas ?

Sou cozinheiro e pasteleiro, gosto de fazer as duas coisas. É sabido, que antes de uma sobremesa, tem que haver uma boa entrada e para acabar uma refeição em beleza tem que haver uma sobremesa. Tenho-me preocupado sempre com as sobremesas, porque a sobremesa antecede o pagamento da conta…(risos).
Temos que mandar o cliente satisfeito. Quem vai a um restaurante, é como quem vai a uma repartição de finanças; se é bem recebido, fica com vontade de pagar os impostos ao Estado. Quem vai a um restaurante e é mal recebido, fica com vontade de não pôr lá mais os pés…

8. Livros e revistas, quantos já editou ?

Livros, ainda só editei um de doçaria tradicional, mas vai brevemente sair outro que está a ser revisto. A revista, é a Teleculinária e já vai nos cinquenta volumes.

9. Durante vários anos, tem tido um programa de Culinária, na Praça da Alegria (RTP), com o Manuel Luís Goucha. Nesse programa, quem coordena as suas receitas?

Estou com Manuel Luís Goucha à cerca de seis anos. Antes do Goucha ia à TV esporadicamente a convite do amigo Júlio Isídro e outros. Mas eu em 1975 tive um programa na RTP, que o sucesso era tal, que ia uma carrinha levar-me o correio. Era pedido para que as pessoas não escrevessem mais, pois não haviam meios técnicos nem humanos para receber toda a correspondência, era às carradas…
Nos meus programas, sou eu que coordeno as minhas receitas.



10. Existe competitividade entre os profissionais do sector ?

Competitividade tem que haver, pois caso contrário, não existiria evolução, nem melhoria de qualidade.

11. Que relação mantém com outros companheiros da sua profissão?

Uma relação boa, amistosa.

12. Qual a sua bebida preferida ?

A minha bebida preferida, continua a ser o vinho verde, mas com moderação. Gosto também muito de água, o meu carro anda só a água… (risos)

13. Como é o seu dia a dia ?

Levanto-me cedo, de manhã é que estou inspirado, tenho a cabeça fresca para fazer receitas e visito os restaurantes; durante a tarde, procuro ficar com a família em casa, se me deixarem…

14. Já visitou as nossas comunidades no estrangeiro?

Sim, já várias vezes. Na Suíça fiz parte de um júri de um concurso de caldeiradas em Geneve. A organização teve azar, tinham 500 inscritos e apareceram mais de 800… Um abraço para eles e para todos os sportinguistas, benfiquistas e todas as outras colectividades de Geneve.
Visitei também Macau, Hong Kong, Paris, Bruxelas, Madrid etc.

15. Se fosse convidado, estaria na disposição de participar em algum evento culinário que eventualmente se realizasse no estrangeiro?

Claro que sim, podem contar comigo, mas é bom avisarem-me com antecedência, pois existem muitos compromissos…

16. Quer dirigir uma palavra aos nossos emigrantes?

Também já fui emigrante em Moçambique, numa altura, em que diziam que aquilo ara nosso, mas eu nunca acreditei… ao fim de quase sete anos regressei.
Sei o que é ser emigrante, por isso, faço votos para que se cumpram todos os vossos objectivos, que consigam regressar, aqueles que o desejarem e os que não quiserem, que aprendam a língua e se integrem nas sociedades que escolheram para trabalhar, que sejam felizes, desejo-lhes o melhor do melhor…

17. Como não residente no concelho de Amares, como vê, em relação ao país, o desenvolvimento da região e em especial as Termas de Caldelas ?

Amares é um Concelho interior, essencialmente rural e de serviços. Talvez no futuro venha a melhorar. Não é daqueles concelhos, onde pode haver um boom económico espontâneo e repentino, vai devagarinho… acho que já foi feito bastante.
Caldelas tem evoluído muito pela iniciativa privada, em casas e casas de hospedes. Mas, nos hotéis tem retrocedido. Antes, haviam aqui três e todos sabiam receber muito bem. Hoje há só um, que é o que está ligado com a empresa das águas e continua a saber receber, tenho por ele o máximo de respeito e estima.
Caldelas, tem que arranjar meios de lazer para estes clientes que nos visitam.
Os aquistas passam o dia dentro de casa, a ver televisão e a falarem uns com os outros e não conhecem Caldelas.
Caldelas não é só a Avenida Afonso Manuel, a verdadeira Caldelas, é aquela que se estende até Cernadela, Lombada, pelas Caldas, até Paranhos e Sequeiros é como se fossem Caldelas…
Temos o rio Homem, quase sem poluição, que merecia tanto que se criassem condições, para que os aquistas andassem por lá… mas, tem que ser levados.
Eu, se for a qualquer sítio, mesmo que não conheça nada, sou como o furão vou furando por todo o lado. Mas eles coitados, vem para cá tratar-se, já lhes basta aturar uma doença que é chata e ainda tem que estar presos, pregados ao mesmo local.
A Caldelas, faz falta também, o turismo rural, que já está a nascer e oxalá tenha continuidade.


18 - Quando é que descobriu que a sua vida iria ser relacionada com as actividades culinárias?

Eu queria ser empregado de mesa, para andar de lacinho, limpinho e de unhas bem tratadas, mas não tive a sorte de ir para empregado de mesa, mas tive a sorte de no futuro vir a ser cozinheiro. Os cozinheiros eram apelidados de “queima cebolas” e os empregados de mesa eram os “gamelas” ainda hoje nos tratam assim. No fim do trabalho saíamos e jogávamos às cartas, ao dominó etc.



19 – Desde essa altura como tem sido o seu percurso como cozinheiro?

O meu percurso, tem sido largo. Trabalhar 30 anos na mesma casa é muito bonito. Mas, nós temos que correr casas, sensibilidades e mentalidades diferentes para evoluirmos. O máximo foram 12 anos que estive numa multinacional, o resto, foram 2 a 3 anos em cada casa.

20 – Sei que tem um restaurante em Lisboa. Nesse estabelecimento é possível saborear os “cozinhados” do chefe Silva?

Poucos ou quase nenhuns. Evidentemente que a orientação é minha, mas o restaurante é do meu filho mais velho, o Domingos. É um restaurante frequentado essencialmente por gente jovem, 90% são jovens.

21 – Como justifica que os melhores cozinheiros do mundo sejam considerados homens, tendo em conta, que no dia a dia rotineiro dos nossos lares, a cozinha é o lugar predilecto das mulheres e não dos homens?

Sim, é verdade. No mundo, a maioria dos chefes são homens pois são eles que dirigem as cozinhas, têm mais autoridade e ainda conseguem exercer aquele poder másculo... Mas, na nossa terra, os melhores cozinheiros são mulheres, são elas que tem aquele cuidado, aquele carinho de fazer o arroz bem feito, a carninha assada bem feita. Sim, são senhoras que pouco a pouco vão conquistando e ocupando posições de relevo, lugares que merecem...

22 – Acha que a nível de ensino já existem cursos suficientes e com a devida qualidade sobre a hotelaria e a arte de se ser um bom cozinheiro(a)?

Cursos suficientes já há bastantes, pode ainda haver mais, pois não fazem mal nenhum. Agora com qualidade é que tenho dúvidas, há uns quantos que tem qualidade e há outros assim assim. Mas, todos eles podem contar comigo para uma eventual orientação. Todos os profissionais, desde aprendam uma profissão, devem pensar no futuro e na evolução, pois, o pior que pode acontecer é tornar-se empresários. A trabalhar para os outros ninguém fica rico... (risos)


23 – Acha que em Portugal se come bem?

Sim, em Portugal come-se muito bem, mas por vezes enfiam-nos alguns barretes.


24 – Os portugueses, por vezes, não abusam e esquecem a correcta alimentação?

Sim ás vezes, mas ela é tão boa... até eu abuso, mas não muito.


25 - Qual é o verdadeiro prato típico de Portugal?

O prato típico de Portugal, é o cozido à portuguesa. Tenho catalogadas 32 vertentes do cozido à portuguesa. Os pratos típicos de Portugal por excelência são, primeiro o Cozido à portuguesa e, ao lado, o bacalhau em qualquer uma das suas formas.


26 – Que género de comidas os portugueses mais gostam?

Os portugueses de um modo geral gostam de tudo, desde que seja bem feito. Tanto gostam de sardinhas como de bacalhau, cozido, um bom bife, um bom frango, mesmo que seja grelhado ali na feira da Malveira ou aqui na Loureia onde estavam a grelhar junto à estrada.


27 – E no seu restaurante? Que género de pratos são solicitados pelos seus clientes?

Tem o prato do dia para os clássicos e para os jovens tem os hamburgers, as pizas, os crepes. Uma cozinha moderna mais acessível, porque, normalmente os jovens infelizmente, têm pouco dinheiro para gastar...

sábado, fevereiro 02, 2002

Caldelas: canil promete acabar com reinado dos cães vadios

O perigo provocado pelo elevado número de cães vadios na vila de Caldelas está á beira de uma resolução.


Ovelha morta por cães vadios


A construção de um canil poderá ser uma realidade a breve prazo. A estrutura será gerida pela Junta de Freguesia, contando com o apoio da Câmara Municipal.

A Câmara Municipal de Amares e a Junta de Freguesia de Caldelas estão a estudar a hipótese da construção de um canil na freguesia, para albergar a enorme quantidade de cães vadios que põem em causa a saúde publica e a integridade física de animais e transeuntes da vila termal. Coelhos, galinhas e até ovelhas tem sido alvo do 'apetite' dos canídeos, que vagueiam livremente pelas ruas e actuam em autenticas matilhas, beneficiando ainda de 'alojamento' no 'Grande Hotel de Caldelas', actualmente em ruínas. As unidades hoteleiras da vila, são também grandes fornecedoras de alimentação.

A quantidade de cães vadios na freguesia de Caldelas tem crescido de forma significativa, tendo provocado a revolta da população local, que alerta para o facto de, além do perigo para a integridade física dos cidadãos locais e visitantes da vila, a situação não constitui propriamente um bom cartão de visita para uma localidade que vive essencialmente do turismo.

A situação agudiza a decadência económica e turística da vila termal, mas a maior pressão para se acabar com o problema - que reside sobretudo no centro de Caldelas - tem sido feita em maior escala pelos agricultores locais, que se queixam dos prejuízos nas suas culturas e nos animais domésticos.

A construção de um canil municipal é apontada pela população como uma necessidade cuja execução deve avançar urgentemente, até porque o problema é velho e "já foi longe demais". "O importante é que se resolvam as coisas antes que aconteçam desgraças", defende um comerciante local, alertando ainda para os perigos " resultantes do contacto das crianças com os animais, normalmente portadores de doenças e infestados de parasitas.

A invasão dos cães em Caldelas verifica-se por vários factores. Há quem se queixe de que os turistas da época termal deixam abandonados os animais que lhes fizeram companhia nas férias, mas o maior problema parece residir na abundância de restos de comida existentes nas imediações de hotéis e pensões locais.

O saneamento e tratamento de esgotos e igualmente uma velha questão em Caldelas, de onde surgem também denuncias quanto à poluição do ribeiro da vila que desagua no rio Homem, contribuindo de forma determinante para o agravamento da deterioração da qualidade de água, conforme testemunharam recentemente agrupamentos de escuteiros que visitaram aquela zona fluvial. No ribeiro, além de restos de comida - como arroz, espinhas e ossos -, eram igualmente visíveis resíduos de papel, plásticos e até fezes, denunciando o despejo directo de esgotos.

Além disso, o abandono a que se encontram as ruínas do antigo 'Grande Hotel de Caldelas' - sem qualquer intervenção depois do incêndio que há já longos anos consumiu por completo aquela estrutura - constitui um verdadeiro ninho para albergue e procriação dos animais.

O futuro canil assume-se, por isso, como uma estrutura de reacção e minoração do problema de Caldelas, onde será ainda necessário acabar com situações de proliferação de verdadeiros 'cancros' ambientais e paisagísticos.





2002/02/14 in TERRAS DO HOMEM