quinta-feira, outubro 26, 2006

“Portugal está a perder de dia para dia um património cultural”

Jorge Rodrigues é um jovem artista e aventureiro, tem 35 anos, casado. Nasceu e cresceu na margem direita do Cávado (Vila de Prado), estudou em Braga onde se formou em electrónica, foi arquitecto de casas de granito, típicas do Gerês em miniatura e que actualmente cria esculturas figurativas na madeira que recolhe na natureza...





Manuel Araújo


— Jorge, como é que tudo começou?

Jorge Rodrigues — Na verdade desde muito cedo, teremos mesmo que remontar a tenra infância, pois desde que me conheço sempre aproveitei as matérias-primas e as ideias que a natureza deixava ao meu dispor, assim começamos o curso de engenharia para a vida, comigo aconteceu.

— Porquê também as “casinhas do Gerês?

JR — Desde cedo também, desejei conhecer além do que a vista alcança, e cedo descobri por mim a beleza que a aquela cordilheira ostentava, uma espécie de solo sagrado, onde a inspiração se sente nas veias do corpo.
A arquitectura rural nas serranias confunde-se com a própria ternura da paisagem, o granito sobrevive na imensidão do tempo, o homem molda-o na imensidão do espaço, assim comecei a criar as minhas casas em miniatura com matéria prima natural, o granito, inspirado nas mais belas e encantadoras aldeias que me saltavam á vista.

— As esculturas em madeira que crias representam o mundo da fantasia. Em que contexto as enquadras?

JR — Elaborei alguns textos mas tenho como mais esclarecedor o que passo a citar:
“As lendas dos duendes e gnomos das florestas montanhosas, são tão antigas como a história das culturas que nos precederam.
Dos Celtas, ficaram as mais belas fantasias destes pequenos habitantes que guardam os segredos da Natureza e a protegem do infortúnio. Das encostas e vales do Gerês sonham com o vento, voam com as águias e reúnem nos pequenos e idílicos prados, dos planaltos de encantar.
O corte da goiva, deixa sonhos do vento que por lá passou e olhares de sol poente...
A madeira vive para além da morte...
O universo é infinito...
Cada trabalho é único em homenagem à Natureza... “

— Como defines a tua Arte?

JR — Vou tentar definir pelo que sinto em relação ao que crio em paralelo com o retorno do publico, uma arte que tem sempre por base algo que a natureza através do tempo trouxe até mim, onde a minha função é atribuir-lhe beleza e “sentimentos”, essencialmente figurativa mas com uma forte componente naturalmente criada.

— Qual a importância da tecnologia no artesanato?

JR — È de grande importância. No meu caso o processo de trabalho é 100% manual, trabalho com goivas que cortam segundo a minha vontade e criatividade, não é precisa tecnologia, mas para ter entrada no mundo globalizado a tecnologia é fantástica.

— Consideras o resultado do teu trabalho, arte, ou objectos de consumo?

JR — Na verdade não são objectos consumíveis, são esculturas ou composições esculpidas que transmitem emoções.

— Durante os últimos anos, tens criado e vendido um vasto leque de belas obras. De todas elas, existe alguma que se destaque de entre as demais e porquê?

JR — A pergunta desperta a saudade de algumas peças que realmente me marcaram e que recordo por vezes, mas são bastantes, é difícil eleger uma, contudo tenho um aldeamento de casas de granito em miniatura que além de ter sido premiado em concurso, leva de mim um grande valor sentimental.

— Que achas do estado actual da escultura portuguesa. Os artesãos, são apoiados por alguma entidade pública ou privada?

JR — Penso que Portugal está a perder de dia para dia um património cultural nesta área que jamais conseguirá reparar, julgo assim responder com pesar ás duas questões.

— Nos moldes actuais, a Arte de esculpir tem futuro?

JR — Acho que não vai passar muito tempo para que se comecem a valorizar as coisas que são realmente genuínas, essa valorização hoje já existe por parte de muitas pessoas exigentes e conhecedoras. É necessário marcar diferença.

— Vives exclusivamente do artesanato?

JR — Posso dizer que sim embora me complemente com outras actividades.

— Onde está situado o teu atelier?

JR — Situa-se em Braga onde vivo, e é o meu espaço pessoal para dar asas á imaginação. Durante os fins-de-semana do Verão o meu atelier fica ao público no hall de entrada da Gelataria do Gerês, onde trabalho e exponho.

— Sei que tens um hobby fora do comum, queres falar dele?

JR — Bem, são vários, na verdade depois dos trilhos pedestres que faço nas serras para recolher matéria prima onde junto o útil ao agradável, reservo algum tempo para o pára-quedismo desportivo como instrutor e para a minha equipa Tri Campeã Nacional de Precisão de Aterragem, para a caça submarina e para o voo em paramotor e sempre aberto ás novidades de aventura.

domingo, outubro 22, 2006

Jorge Rodrigues

A outra faceta do escultor Jorge Rodrigues.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Jorge Rodrigues - Escultor

Vencedor do concurso de Artesanato, organizado no ambito das Festas das Colheitas em Vila Verde.

domingo, outubro 15, 2006

Ratzinger fez cartilha secreta para "ocultar crimes sexuais".

Nunca gostei da personagem do Sr. Ratzinger. Tem ar de pessoa que não me inspira confiança, não me interessa que agora seja papa... e também não é pelo motivo de já aos 18 anos, fazer parte do exército nazi, porque foi militar por —"obrigação"— como argumenta... pronto, não gosto. São gostos...

E agora, eis que a BBC, com uma notícia intrigante, que avoluma ainda mais, a minha desconfiança:

Trata-se de um documento secreto do Vaticano, elaborado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, o actual Papa, que terá sido utilizado durante 20 anos para instruir os bispos católicos sobre a melhor forma de ocultar e evitar acusações judiciais em caso de crimes sexuais contra crianças.

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