quinta-feira, janeiro 04, 2007

quarta-feira, janeiro 03, 2007

SIM ou NÃO - eis a questão

Porque entendo, que ninguém é detentor exclusivo da razão e da verdade, o texto que segue é apenas a minha modesta opinião e a minha firme convicção, mas respeito como é óbvio as ideias opostas.

Todos sabem que o aborto é uma constatação lamentável e triste, mas o que é um facto, é que muitas mulheres efectuam-no e isto, é uma realidade que ninguém pode esconder...

Começo por declarar, que votarei "SIM". Não pelo mesmo motivo do ex-secretário de Estado da Saúde de um Governo de Cavaco Silva, Albino Aroso ter afirmado que, "cientistas de todo o mundo civilizado não reconhecem a existência de vida humana" até às 10 semanas de gravidez.
Sobre isso sou séptico, mas a questão crucial deste referendo é, se a mulher abortar até às 10 semanas deve ou não, ser humilhada publicamente, ser sujeita a processos judiciais, ir presa e ser julgada.

Esta situação actual não pode continuar porque é a demonstração da hipocrisia e do atraso da sociedade portuguesa, que ainda mete na cadeia mulheres, por engravidar.

Mas... se elas, as mulheres (ou os inseminadores) tiverem dinheiro, nessa situação, já podem ir às inúmeras e luxuosas "clinicas" de "desmancho" que existem no nosso país, ou no estrangeiro e aí, já ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê. Não há abortos...

Mas... em contrapartida, as coitadas que não tiverem dinheiro, sujeitam-se à humilhação, à clandestinidade do vão de escada, aos "médicos e parteiras improvisados", em locais sem quaisquer condições de higiene ou segurança... e essas sim, são culpadas, fazem abortos e só essas, as pobres, devem ser condenadas...

Pela igualdade de direitos, pela Justiça e pelo fim da perseguição às mulheres, digo não à hipocrisia... e votarei SIM.

Execução de Saddam - parabéns meus senhores!

Com mais calma, e a frio, posso afirmar hoje, que a exportação da "democracia" americana para o mundo e em especial para o Médio Oriente, tem sido um verdadeiro "êxito".

Para provar este "facto", está o culminar da forma verdadeiramente "exemplar" e "democrática" da execução (video) do tirano Saddam...

Neste momento, apenas gostaria de dar os parabéns ao senhor Bush, ao senhor Aznar, ao senhor Blair e também ao senhor Durão Barroso, pela preciosa ajuda que deram, no que refere à "democratização" do Iraque.

Este quarteto, deve estar muito orgulhoso, pois o Iraque, com o seu auxílio, é hoje um país "democrático", "livre", política e socialmente estável, não há guerra e até já nem existe violência nem terrorismo... parabéns meus senhores!

Este (video) não é aconselhável a pessoas sensíveis

segunda-feira, janeiro 01, 2007

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sábado, dezembro 30, 2006

ANO NOVO



Em cada ano que passa
Envelhece o calendário
E a vida avança e esvoaça
No seu curto itinerário !...

Há festas e euforia
Celebrações entre o povo
Na transição deste dia
Para mais um Ano Novo...

Um comum comportamento
Qu’ apraz à sociedade
Sublimando o momento
Com pompa e solenidade ...

Esquecem-se as arrelias
Que se afogam em bebida
Entre galas e folias
Celebra-se enfim a vida.

Trocam-se saudações
Em êxtase de alegria
Tomam-se resoluções
Tão notórias deste dia.

Chegou mais um Novo Ano
Que vivê-lo valha a pena.
Salutar pró ser humano
Nesta passagem Terrena !...


Euclides Cavaco


Com um simples clique, escute aqui o poema ANO NOVO


sexta-feira, dezembro 29, 2006

"Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento"

Há dias, um brasileiro de Porto Alegre, alegadamente carregadinho de inveja e de seu nome Polibio Braga, publicou o seguinte texto, ao qual me abstenho de fazer mais comentários..:

Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento

Há apenas uma semana, em apenas quatro anos, o editor desta página visitou pela quinta vez Lisboa, arrependendo-se pela quarta vez de ter feito isto. Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento.

É como visitar a casa de um parente malquisto, invejoso e mal educado.

Na sexta e no sábado, dias 24 e 25, Portugal submergiu diante de um dilúvio e mais uma vez mostrou suas mazelas. O País real ficou diante de todos. Portugal é bonito por fora e podre por dentro.

O dinheiro que a União Européia alcançou generosamente para que os portugueses saíssem do buraco e alcançassem seus sócios, foi desperdiçado em obras desnecessárias ou suntuosas. Hoje, existe obra demais e dinheiro de menos.

O pior de tudo é que foi essa gente que descobriu e colonizou o Brasil. É impossível saber se o pior para os brasileiros foi a herança maldita portuguesa ou a herança maldita católica. Talvez as duas .

---------------------------------

Mas se lhe deu "vontade" de comentar este texto, vá a:

http://www.polibiobraga.com.br/ http://www.polibiobraga.com.br/

No menu que aparecerá à esquerda clique em: por trás da notícia


E depois procure na lista:

05.12.06 | 16h19 - Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Terras do Homem - "Burla com TV e rádio on-line"




























































Link



Endereço do "Lifenoticias": http://www.lifenoticias.eu

Já agora, dê uma "googlada" por Quim resolve e surpreenda-se

terça-feira, dezembro 26, 2006

A "santa" Inquisição... — a "arte" da morte e da tortura

Durante a actuação da Santa Inquisição em toda a Idade Média, a tortura era um recurso utilizado para extrair confissões dos acusados de pequenos delitos, até crimes mais graves. Diversos métodos de tortura foram desenvolvidos ao longo dos anos. Os métodos de tortura mais agressivos eram reservados àqueles que provavelmente seriam condenados à morte.

Além de aparelhos mais sofisticados e de alto custo, utilizava-se também instrumentos simples como tesouras, alicates, garras metálicas que destroçavam seios e mutilavam órgãos genitais, chicotes, instrumentos de carpintaria adaptados, ou apenas barras de ferro aquecidas. Há ainda, instrumentos usados para simples imobilização da vítima. No caso específico da Santa Inquisição, os acusados eram, geralmente, torturados até que admitissem ligações com Satanás e práticas obscenas. Se um acusado denunciasse outras pessoas, poderia ter uma execução menos cruel.

Os inquisidores utilizavam-se de diversos recursos para extrair confissões ou "comprovar" que o acusado era feiticeiro. Segundo registos, as vítimas mulheres eram totalmente depiladas pelos torturadores que procuravam um suposto sinal de Satanás, que podia ser uma verruga, uma mancha na pele, mamilos excessivamente enrugados (neste caso, os mamilos representariam a prova de que a bruxa "amamentava" os demónios) etc. Mas este sinal poderia ser invisível aos olhos dos torturadores. Neste caso, o "sinal" seria uma parte insensível do corpo, ou uma parte que se ferida, não verteria sangue. Assim, os torturadores espetavam todo o corpo da vítima usando pregos e lâminas, à procura do suposto sinal.

No Liber Sententiarum Inquisitionis (Livro das Sentenças da Inquisição) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331) descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro. Dentre os descritos na obra e utilizados comummente, encontra-se tortura física através de aparelhos, como a Virgem de Ferro e a Roda do Despedaçamento; através de humilhação pública, como as Máscaras do Escárnio, além de torturas psicológicas como obrigar a vítima a ingerir urina e excrementos.

De uma forma geral, as execuções eram realizadas em praças públicas e tornava-se um evento onde nobres e plebeus deliciavam-se com a súplica das torturas e, consequentemente, a execução das vítimas. Actualmente, há dispostos em diversos museus do mundo, ferramentas e aparelhos utilizados para a tortura.



Métodos de torturas


Roda de despedaçamento

Uma roda onde o acusado é amarrado na parte externa. Abaixo da roda há uma bandeja metálica na qual ficavam depositadas a brasas. À medida que a roda se movimentava em torno do próprio eixo, o acusado era queimado pelo calor produzido pelas brasas. Por vezes, as brasas eram substituídas por agulhas metálicas.

Este método foi utilizado entre 1100 e 1700 em países como Inglaterra, Holanda e Alemanha.



Dama de Ferro

A dama de Ferro é uma espécie de sarcófago com espinhos metálicos na face interna das portas. Estes espinhos não atingiam os órgãos vitais da vítima, mas feriam gravemente. Mesmo sendo um método de tortura, era comum que as vítimas fossem deixadas lá por vários dias, até que morressem.

A primeira referência confiável de uma execução com a Dama de Ferro, data de 14 de Agosto de 1515. A vítima era um falsificador de moedas.



Berço de Judas

Peça metálica em forma de pirâmide sustentada por hastes. A vítima, sustentada por correntes, é colocada "sentada" sobre a ponta da pirâmide. O afrouxamento gradual ou brusco da corrente manejada pelo executor fazia com que o peso do corpo pressionasse e ferisse o ânus, a vagina, cóccix ou o saco escrotal.

O Berço de Judas também é conhecido como Culla di Giuda (italiano), Judaswiege (alemão), Judas Cradle ou simplesmente Cradle (inglês) e La Veille (A Vigília, em francês).



Garfo

Haste metálica com duas pontas em cada extremidade semelhantes a um garfo. Presa por uma tira de couro ao pescoço da vítima, o garfo pressiona e perfura a região abaixo do maxilar e acima do tórax, limitando os movimentos. Este instrumento era usado como penitência para o herege.



Garras de gato

Uma espécie de rastelo usado para açoitar a carne dos prisioneiros.


Pêra

Instrumento metálico em formato semelhante à fruta. O instrumento era introduzido na boca, ânus ou vagina da vítima e expandia-se gradativamente. Era usada para punir, principalmente, os condenados por adultério, homossexualismo, incesto ou "relação sexual com Satanás".


Máscaras

A máscara de metal era usada para punir delitos menores. As vítimas eram obrigadas a se exporem publicamente usando as máscaras. Neste caso, o incómodo físico era menor do que a humilhação pública.


Cadeira

Uma cadeira coberta por pregos na qual a vítima era obrigada a sentar-se despida. Além do próprio peso do corpo, cintos de couro pressionavam a vítima contra os pregos intensificando o sofrimento. Em outras versões, a cadeira possuía uma bandeja na parte inferior, onde se depositava brasas. Assim, além da perfuração pelos pregos, a vítima também sofria com queimaduras provocadas pelo calor das brasas.


Cadeira das bruxas

Uma espécie de cadeira na qual a pessoa era presa de costas no acento e as pernas voltadas para cima, no encosto. Este recurso era usado para imobilizar a vítima e intimidá-la com outros métodos de tortura.


Cavalete

A vítima era posicionada de modo que suas costas ficassem apoiadas sobre o fio cortante do bloco. Os braços eram presos aos furos da parte superior e os pés presos às correntes da outra extremidade. O peso do corpo pressionava as costas do condenado sobre o fio cortante.

Dessa forma, o executor, através de um funil ou chifre oco introduzido na boca da vítima, obrigava-a ingerir água. O executor tapava o nariz da vítima impedindo o fluxo de ar e provocando o sufocamento. Ainda, há registos de que o executor golpeava o abdómen da vítima danificando os órgãos internos da vítima.



Esmaga cabeça

Como um capacete, a parte superior deste mecanismo pressiona, através de uma rosca girada pelo executor, a cabeça da vítima, de encontro a uma base na qual encaixa-se o maxilar. Apesar de ser um instrumento de tortura, há registos de vítimas fatais que tiveram os crânios, literalmente, esmagados por este processo. Neste caso, o maxilar, por ser menos resistente, é destruído primeiro; logo após, o crânio rompe-se deixando fluir a massa cerebral.


Quebrador de joelhos

Aparelho simples composto por placas paralelas de madeira unidas por duas roscas. À medida que as roscas eram apertadas pelo executor, as placas, que podiam conter pequenos cones metálicos pontiagudos, pressionavam os joelhos progressivamente, até esmagar a carne, músculos e ossos.

Esse tipo de tortura era usualmente feito por sessões. Após algumas horas, a vítima, já com os joelhos bastante debilitados, era submetida a novas sessões.


Mesa de evisceração

O condenado era preso sobre a mesa de modo que mãos e pés ficassem imobilizados. O carrasco, manualmente, produzia um corte sobre o abdómen da vítima. Através desta incisão, era inserido um pequeno gancho, preso a uma corrente no eixo. O gancho (como um anzol) extraía, aos poucos, os órgãos internos da vítima à medida que o carrasco girava o eixo.


Pêndulo

Um dos mecanismos mais simples e comuns na Idade Média. A vítima, com os braços para traz, tinha seus pulsos amarrados (como algemas) por uma corda que se estendia até uma roldana e um eixo. A corda puxada violentamente pelo torturador, através deste eixo, deslocava os ombros e provocava diversos ferimentos nas costas e braços do condenado.

Também era comum que o carrasco elevasse a vítima a certa altura e soltasse repentinamente, interrompendo a queda logo em seguida. Deste modo, o impacto produzido provocava ruptura das articulações e fracturas de ossos. Ainda, para que o suplício fosse intensificado, algumas vezes, amarrava-se pesos às pernas do condenado, provocando ferimentos também nos membros inferiores. O pêndulo era usado como uma "pré-tortura", antes do julgamento.


Potro

Uma espécie de mesa com orifícios laterais. A vítima era deitada sobre a mesa e seus membros, (partes mais resistentes das pernas e braços, como panturrilha e antebraço), presos por cordas através dos orifícios. As cordas eram giradas como uma manivela, produzindo um efeito como um torniquete, pressionando progressivamente os membros do condenado.

Na legislação espanhola, por exemplo, havia uma lei que regulamentava um número máximo de cinco voltas na manivela; para que caso a vítima fosse considerada inocente, não sofresse sequelas irreversíveis. Mesmo assim, era comum que os carrascos, incitados pelos interrogadores, excedessem muito esse limite e a vítima tivesse a carne e os ossos esmagados.


Métodos de Execução


Guilhotina

Inventada por Ignace Guillotine, a guilhotina é um dos mecanismos mais conhecidos e usados para execuções. A lâmina, presa por uma corda e apoiada entre dois troncos verticais, descia violentamente decapitando o condenado.


O Serrote

Usada principalmente para punir homossexuais, o serrote era uma das formas mais cruéis de execução. Dois executores, cada um e uma extremidade do serrote, literalmente, partiam ao meio o condenado, que preso pelos pés com as pernas entreabertas e de cabeça para baixo, não tinha a menor possibilidade de reação. Devido à posição invertida que garantia a oxigenação do cérebro e continha o sangramento, era comum que a vítima perdesse a consciência apenas quando a lâmina atingia a altura do umbigo.


Espada, machado e cepo

As decapitações eram a forma mais comum de execução medieval. A decapitação pela espada, por exigir uma técnica apurada do executor e ser mais suave que outros métodos, era, geralmente, reservada aos nobres. O executor, que apurava sua técnica em animais e espantalhos, ceifava a cabeça da vítima num único golpe horizontal atingindo o pescoço do condenado.

O machado era usado apenas em conjunto com o cepo. A vítima era posta ajoelhada com a coluna curvada para frente e a cabeça apoiada no cepo. O executor, num único golpe de machado, atingia o pescoço da vítima decepando-a.


Garrote

Um tronco de madeira com uma tira de couro e um acento. A vítima era posicionada sentada na tábua horizontal de modo que sua coluna fique erecta em contacto com o tronco. A tira de couro ficava na altura do pescoço e, à medida que era torcida pelo carrasco, asfixiava a vítima. Há ainda uma variação na qual, preso ao tronco na altura da nuca da vítima, encontrava-se uma punção de ferro. Esta punção perfurava as vértebras da vítima à medida que a faixa de couro era apertada. O condenado podia falecer tanto pela perfuração produzida pela punção quanto pela asfixia.


Gaiolas suspensas

Eram gaiolas pouco maiores que a própria vítima. Nela, o condenado, nu ou seminu, era confinado e a gaiola suspensa em postes de vias públicas. O condenado passava dias naquela condição e morria de inanição, ou frio em tempos de inverno. O cadáver ficava exposto até que se desintegrasse.


Submersão

A submersão podia ser usada como uma técnica de interrogatório, tortura ou execução. Neste método, a vítima é amarrada pelos braços e suspensa por uma roldana sobre um caldeirão que continha água ou óleo fervente. O executor soltava a corda gradativamente e a vítima ia submergindo no líquido fervente.


Empalação

Este método foi amplamente utilizado pelo célebre Vlad Tepes. A empalação consistia em inserir uma estaca no ânus, umbigo ou vagina da vítima, a golpes de marreta. Neste método, a vítima podia ser posta "sentada" sobre a estaca ou com a cabeça para baixo, de modo que a estaca penetrasse nas entranhas da vítima e, com o peso do próprio corpo, fosse lentamente perfurando os órgãos internos. Neste caso, dependendo da resistência física do condenado e do comprimento da estaca, a agonia se estendia por horas.


Cremação

Este é um dos métodos de execução mais conhecidos e utilizados durante a inquisição. Os condenados por bruxaria ou afronta à igreja católica eram amarrados em um tronco e queimados vivos. Para garantir que morresse queimada e não asfixiada pela fumaça, a vítima era vestida com uma camisola embebida em enxofre.


Estiramento

A vítima era posicionada na mesa horizontal e seus membros presos às correntes que se fixavam num eixo. À medida que o eixo era girado, a corrente esticava os membros e os ossos e músculos do condenado desprendiam-se. Muitas vezes, a vítima agonizava por várias horas antes de morrer.


Extraído de:

Ad Tenebras Mistérios Antigos
Occult Portal Medieval and Mythological Area


Adaptado por Spectrum

Sim !


Por uma questão de consciência

RDP, INIMIGA DA CULTURA


A Radiodifusão Portuguesa (RDP), além de promover a vulgaridade, com quantidades colossais de musiquinhas cantadas em inglês, quer agora censurar o que lhe resta de qualidade. O programa Ritornello, na Antena 2, está sob ameaça.

A direcção da Antena 2 proibiu recentemente Jorge Rodrigues, responsável pelo Ritornello, de continuar a entrevistar convidados portugueses. Alegou ela que tais entrevistas seriam desinteressantes. Ficaram assim excluidos do programa vozes de vultos como José Saramago, Agustina Bessa Luís, Paula Rego ou Maria João Pires, e de tantos outros que tornaram o Ritornello uma referência de alta qualidade no panorama da rádio portuguesa.

Esta medida é inaceitável no âmbito de uma rádio que deve prestar um serviço público aos portugueses. Ela impede a todo e qualquer músico e intelectual português a comunicação em discurso directo no programa de maior prestígio da Antena 2.

O Ritornello, nos moldes em que tem funcionado, presta há mais de dez anos um serviço ímpar à cultura portuguesa. Por este serviço o seu autor, Jorge Rodrigues, deveria ser homenageado e não coarctado de uma forma censórea.

Para protestar junto aos poderes públicos assine esta petição:
http://www.petitiononline.com/r1tornel/petition.html

Será desejável também uma manifestação directa junto ao Provedor do Ouvinte da RDP, Dr. José Nuno Martins, contra a extinção/desnaturação do Ritornello;
http://www.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_ouvinte/contactos.php

domingo, dezembro 24, 2006

É natal

É natal de sonhos
Natal de desgostos
Natal de beijos
Natal de abraços .

É natal dos grandes
Natal dos pequenos
Natal dos graúdos
Natal dos miúdos .

É natal de ricos
Natal de pobres
Natal nas luzes em todos os cantos
Natal nos brinquedos e seus encantos.

É natal nas compras
Natal nas esmolas
Natal de farras nas mesas recheadas
Nas panças inchadas e goelas regadas .

É natal nas barrigas vazias
De ar insufladas
Natal que depressa vem para quem muito tem
E depressa vai para quem pouco ou nada tem .

É natal dos amigos sinceros
Natal dos amigos fingidos
Natal dos lambe-lambe
Botas e cus de gente.

É natal por um dia
Mas é um dia cheio de natal!
E o dia do dia seguinte, já é um dia
Igual aos outros dias . Um dia sem natal!

E então, o rico regressa ao seu lindo e cheio palácio.
Pelo prazer da posse de tudo que quis, inchado!
Mas vazio
Do natal já esquecido.

O pobre regressa ao seu casebre triste e frio .
Desconsolado
Talvez desesperado
Pela lembrança dos dias e dias em que foi lixado.

E à rua, à casa de cartão, regressa o sem abrigo
Vazio do contágio a que chamam „ espírito natalício „
O azar ou o vício lembrando
Contra todos e tudo lutando.

Carmindo de Carvalho

Dezembro de 2002

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Isto é Natal?

Ontem, durante um noticiário num canal de uma televisão portuguesa, apresentaram mais uma ceia ANUAL dos "sem abrigo".

Imagens de forte simbolismo e dramáticas, de gente triste, envergonhada e esfomeada.

Essas imagens eram acompanhadas de um texto também ele dramático e triste, certamente com o intuito de alertar as "consciências" adormecidas. Fiquei triste, mesmo tendo já conhecimento da infeliz realidade, que cada vez está mais perto de nós e fingimos não a ver.

Estou solidário e totalmente de acordo com os bondosos e generalizados desejos de um "Feliz Natal e próspero Ano Novo" e da "ceias"... é bonito e justo, mas isso não chega...

Pessoalmente, deixei de gostar do Natal, pela simples razão de que é nesta quadra, onde todos figem ser bonzinhos e se nota o mais feroz apelo ao consumo supérfluo e ao desperdício. Tudo isto associado a uma grande hipocrisia e cinismo de algumas pessoas e instituições.

Questiono-me, porque é só no Natal, que se lembram de ser "bons"" e banquetear" (humilhar) os pobres desgraçados, oferecendo-lhes migalhas, expondo-os mediáticamente, tendo sempre a especial atenção de a Comunicação Social estar por perto. Porquê, isto é Natal?

domingo, dezembro 17, 2006

As "Vozes do Palco"

Prime pela diferença, a qualidade não custa o que você pensa!


O “Vozes do Palco” nasceu, com o intuito de levar até junto dos portugueses, estejam eles onde estiverem, o melhor da musica que se produz em Portugal, eliminando os intermediários e tornando assim a Cultura musical mais acessível a todos.

Nesta primeira fase o “Vozes do Palco” tem o prazer de apresentar uma “mão cheia” de artistas de inegável qualidade. São eles:

UHF, Pedro Barroso, Paulo Bragança, José Cid e Nuno Barroso


Todos de estilos diferences e de grande gabarito.
Nos seus eventos festivos prime pela diferença, a qualidade não custa o que você pensa!












Clique sobre a imagem, para saber mais e ouvir alguns trabalhos destes Artistas.


Boas festas

Desejos de Boas Festas e um novo ano pelo menos igual ao que termina, pois este e além de tudo, não foi muito mau... estamos ainda vivos, o que é já muito bom.



Faço minhas, as palavras do meu grande e
talentoso amigo Euclides Cavaco,
que assentam nesta quadra como uma luva:



Nesta tão singela rima
Desejar-vos me apraz
Qu’o Natal que se aproxima
Transcenda em amor e paz.

Através da internet
São meus votos formulados
Que seja o dois mil e sete
De sonhos realizados...

Amigos do mundo inteiro
Dispersos pelos países
Meu desejo verdadeiro
De FESTAS muito felizes !...


Euclides Cavaco

in: http://www.euclidescavaco.com/

domingo, dezembro 10, 2006

Entrevista ao grande "Embaixador" da Língua e da Cultura portuguesa no Canadá

EUCLIDES CAVACO
“Embaixador” da Língua e da Cultura portuguesa no Canadá
Euclides Cavaco, nasceu no concelho de Mira, distrito de Coimbra onde concluiu a instrução primária, ainda muito jovem decidiu ir para Lisboa a fim de arranjar um emprego e poder simultaneamente conciliar o seu grande sonho de estudar, anseio que consumou tendo assim concluído em Lisboa o curso geral dos liceus e frequentado posteriormente os estudos superiores. Euclides Cavaco começou a escrever poesia nos seus anos académicos e dela tem feito uma constante da vida. Incondicionalmente apaixonado pelo FADO, escreve-o para fadistas , declama-o com grande estro poético e essencialmente dá-o a conhecer ao mundo. Na década de 60 parte para Angola, onde fez o seu estágio para locutor da Rádio. Em 1970 radica-se no Canadá, onde continua a residir. Aí concluiu o curso em Gestão Administrativa e alcançou o estatuto de empresário. Em 1974 com um grupo de amigos funda o programa de televisão Saudades de Portugal, de cujo foi apresentador. Em 1976 é nomeado Comissário Público pelo Governo do Ontário. Em 1980 criou a RÁDIO VOZ DA AMIZADE, da qual é director e locutor há mais de 25 anos, procurando glorificar sempre o nome de Portugal e DESTE POVO QUE NÓS SOMOS. 

 Carmindo de Carvalho com Manuel Araújo

 — Para uma apresentação prévia, pode dizer-nos quem é Euclides Cavaco? 
Euclides Cavaco — É assaz difícil podermos retratar-nos a nós próprios, porém posso afirmar que sou um homem extremamente simples oriundo duma família humilde que lutou energicamente na vida para realizar o seu sonho. Altruísta, defensor da paz , fomentador da amizade, amante do fado e português genuíno de corpo e alma , proliferador da poesia , língua e cultura portuguesas no mundo através da rádio e de outros órgãos da comunicação onde divulga os seus trabalhos e persevera glorificando o nome de Portugal. 

— Quando ocorreu a descoberta pela Literatura? 
EC — Ainda muito jovem durante os meus anos académicos.  

— O que é a poesia para si ? 
EC - Poesia na sua essência mais transcendente, é a Voz da Alma expressa pelo cantar dos poetas. 

— Fale-nos da sua obra literária. Que trabalhos publicou? 
EC — Para além das diversas antologias poéticas em que participei já editei 8 trabalhos só meus, podendo alguns ser observados na minha página da internet www.euclidescavaco.com. Contudo tenho ainda muitos mais em execução para serem publicados oportunamente.  

— Como elemento preponderante da divulgação da nossa Cultura no Canadá, ao longo dos últimos 25 anos foram inúmeros os galardões recebidos, prémios, comendas e homenagens. De todas elas qual, a mais importante? 
EC — Em realidade não são só 25 mas sim 36 anos dedicados à divulgação da língua e cultura Portuguesa no Canadá. Antes da rádio estive também ligado a um programa de televisão na década de 70. São efectivamente muitas as distinções honoríficas que ocupam grande parte do espaço físico dos meus aposentos. Todavia para mim a mais importante e terna de todas as homenagens é manifestamente o carinho, o acolhimento e as mensagens dos meus leitores espalhados pelo mundo , cujo troféu não se pode expôr porque reside no espaço intimo do meu ser mas que é indubitavelmente a mais importante e mais grata recompensa humana de apreço pelo meu trabalho. 

— Você mantém um site com algumas obras literárias. A seu ver, de que forma a Internet tem contribuído para a difusão da leitura e para o hábito de ler? 
EC — A internet como veículo de informação é provavelmente o mais acessível de todos nos nossos dias. Acredito por isso que ela seja também um incentivo ao hábito de ler. Constato este facto pelo número de pessoas que gostam de ler poesia e que visitam a minha página que já totalizou mais de 130.000 visitas mas duma forma muito peculiar pelas mensagens deixadas no meu Livro de Visitas que testemunham este predicado da internet.  

— Como coabita o “poeta” com o homem da rádio? 
EC — Dão-se perfeitamente bem, na mais exemplar harmonia. O poeta escreve e dá vida à poesia e o homem da rádio empresta-lhe a voz.  

— Quais são os livros e autores preferidos? Se possível com um pequeno comentário. 
EC — É muito difícil singularizar autores e livros entre os que consideramos bons. Para não ferir susceptibilidades nem a memória dos grandes autores do passado prefiro afirmar sem comentários especiais que gosto de todos os bons autores.  

— Que poetas você mais lê hoje? 
EC — Os nossos poetas da actualidade porque em verdade são eles que nos falam do HOJE e das conjecturas dos nossos dias. 

— Que projectos tem em mente? 
EC — Continuar a escrever e a publicar poesia oferecendo-a ao mundo lusófono através da minha página na internet, da rádio e jornais, bem como de novos livros e CDs de poesia declamada. 

— Em Portugal já sabemos como é, e aí no CANADÁ existe apoio à edição? EC — O Canadá como país de acolhimento apoia muitos programas e iniciativas nas Comunidades Portuguesas aqui residentes, mas não necessariamente a literária . Entenda-se que seria até provavelmente um absurdo subsidiar a promoção duma língua que não é a canadiana. Acho que esta responsabilidade competiria à Secretaria de Estado das Comunidades ou até mesmo ao Ministério da Cultura Portuguesa , mas disse e muito bem, já sabemos como é.  

— Gosta mais da POESIA lida ou OUVIDA? 
EC — Indiscutivelmente da poesia dita ou recitada.  

— A POESIA, surge-lhe mais de dia, ou à noite? 
EC — Penso que a tranquilidade da noite, convida a uma introspecção mais íntima e mais propícia à assimilação de ideias. Diz a filosofia popular que às escuras as ideias são claras, por isso escrevi estas duas quadras que se integram neste contexto: Às vezes fico intrigado Sem saber porque razão Na minha cama deitado Sinto mais inspiração Ideias são conjecturas Que de dia são mais raras. Porque de noite às escuras Parecem ser mais claras.  

— Gosta da poesia expressa de todas as formas em geral, ou tem algum estilo preferido ? (Por exemplo: Soneto, Quadra, Acróstico, etc.) 
EC — A boa poesia pode manifestar-se nos mais diferentes estilos, porém para mim particularmente como escrevo temas para fado , tenho preferência pelas sextilhas e quadras , mas também gosto muito do soneto pelo seu lirismo.  

— Como leitor, ”entrou” facilmente na POESIA? 
EC — Livros de poesia foram sempre os meus livros de de eleição desde os tempos de estudante. Ler poesia foi sempre aprazível para mim.  

— Sei que se tem dedicado muito “à poesia para o Fado” Porquê essa tão grande dedicação? 
EC — Nutro pelo fado uma inexplicável paixão como constante da vida. A ele dedico grande parte dos meus escritos e do meu tempo organizando noites de fado há muitos anos. Nele vejo retratada a ALMA PORTUGESA que continua a alimentar em mim viva e acesa esta chama Lusíada, com um desmedido orgulho de SER PORTUGUÊS e pertencer a ESTE POVO QUE NÓS SOMOS. Deixo aqui este poema ALMA LUSÍADA, que ofereço a todos os nossos compatriotas espalhados pelo mundo. Faço aqui também um convite para visitarem a minha pagina na internet www.euclidescavaco.com para verem e ouvirem este e outros poemas patrióticos declamados. 

ALMA LUSÍADA 


Ser português
É amar a Pátria Portuguesa.
É tê-la sempre presente
É gostar com muita firmeza
Das nossas coisas
E da nossa Gente.

Ser português
É vibrar de emoção
Ao descobrir
Entre mil bandeiras
Desfraldadas ao vento
A bandeira da Nação.

Ser português
É ter orgulho da nossa história
E dos nossos antepassados.
É dar testemunho
De tudo o que somos
E com muito prazer
Nos sentirmos honrados.

Ser português
É entoar com emoção
O nosso Hino e as nossas canções
E sem apreensão
Cantar, falar, ou rezar,
Em qualquer parte sem hesitar
A língua de Camões.

Ser português
É ser diferente
É ter alma Lusíada
É saber estar ausente
E em qualquer lado
Gostar de tudo
O que evoca a Pátria
E nos inspira amor
A esse cantinho
À beira mar plantado !…
.. Euclides Cavaco

sábado, dezembro 09, 2006

“Até ao fim do ano vão regressar a Portugal milhares de portugueses”

“Até ao fim do ano vão regressar a Portugal milhares de portugueses”


Deixou Portugal na época “do salto” a grande deslocação de emigrantes para a Europa. Atravessou a fronteira clandestinamente e procurou melhor sorte em França, na Holanda e na Alemanha. Foi na Suíça que fixou residência há 34 anos. É um veterano da emigração. Sindicalista, coordenador do Conselho das Comunidades Portuguesas neste país, membro de várias comissões de defesa dos direitos dos emigrantes, Manuel Beja é um profundo conhecedor das realidades e dos problemas dos emigrantes.


Manuel Araújo


Pergunta - O que é actualmente a emigração portuguesa na Suíça?


Manuel Beja - Entre um passado ainda recente e o actual “retrato” desta comunidade há profundas diferenças. É uma comunidade em plena rotação. Os emigrantes mais antigos regressam a Portugal com a família e, como resultado das dificuldades actuais do mercado de trabalho nosso país, são milhares os jovens trabalhadores na procura de um posto de trabalho na Suíça. Como resultado, a comunidade aumenta. Cerca de 7200 novos emigrantes obtiveram uma nova autorização de trabalho e residência no passado ano. Estamos cada vez mais próximos das 200 mil pessoas. A segunda e terceira geração, filhos dos primeiros heróis emigrantes, reforçam igualmente a sua influência. A comunidade continua a ser jovem e cada vez melhor integrada.

PERGUNTA - Houve então mudanças significativas?


MB - Sublinho como traços mais marcantes o desenvolvimento da aplicação Acordo Bilateral entre a Suíça e a União Europeia, relativamente á livre circulação de pessoas. Hoje é tudo mais fácil do que era dantes, o referido Acordo abriu novas portas à integração dos portugueses residentes na sociedade Helvética. Acabaram-se as inúmeras discriminações, como por exemplo o Estatuto do Trabalhador temporário de “triste memória”, para muitas dezenas de milhares de portugueses.

PERGUNTA - Falou-se, recentemente, de uma Lei de emigração, apontada como uma lei racista, aprovada em referendo popular. Que influência pode ter a nova lei no futuro dos portugueses residentes na Suíça?


MB - É importante dizer que esta nova Lei não afecta directamente os portugueses residentes na Suíça, ou qualquer cidadão da União Europeia nas mesmas circunstâncias. No entanto, moralmente e politicamente, não nos identificamos com os resultados do referendo. Cerca de 68 por cento dos votantes votaram a favor da nova lei sobre emigração e a limitação do acesso ao direito de asilo. No novo quadro legal todos os requerentes de asilo passam a estar privados da ajuda social e aqueles que recusem cooperar podem ser detidos. Quanto à lei de emigração, esta impedirá a chegada à Suíça de imigrantes fora do Espaço da União Europeia que não tenham sido previamente recrutados para um posto de trabalho preciso. Esta nova Lei abre o caminho à prática de uma discriminação acentuada na questão particular do reagrupamento familiar. Perante esta atitude de grande intolerância não nos podemos considerar felizes. Estas leis quebram a própria tradição humanitária da Suíça. Foi por isso que muitas organizações de emigrantes, religiosas, sindicais e outras declararam o dia do referendo; “ como um dia negro para a democracia.”

PERGUNTA - Estás convicto que a comunidade portuguesa na Suíça é assim tão participativa, como algumas vezes tens defendido?


MB - Os emigrantes querem e exigem o direito à informação. Quando recebem correcta informação e o motivo central do tema lhes diz directamente respeito, participam de forma consciente. Não é uma comunidade apática, isolada, passiva aos problemas que os rodeiam. Desconfiam e exigem claras palavras sobre a questão em causa. Recentemente, na cidade de Berna, os sindicatos promoveram uma grande manifestação nacional a favor de um aumento salarial à volta dos 4 por cento. Frente ao Parlamento desfilou um compacto grupo de mais de 25 mil manifestantes, sendo um quarto dos participantes trabalhadores com o passaporte português. Isto não é a primeira vez que acontece.


PERGUNTA - No entanto continua a divulgação de situações pouco sérias, senão mesmo escandalosas, com portugueses que se deslocam para a Suíça trabalhar?


MB - Os traços marcantes desta situação são conhecidos: a actuação de empresas de contratação de trabalhadores para contractos de temporada com sede em Portugal e na Suíça, ou a actuação incontrolável de pessoas ou de grupos na contratação de pessoal nas regiões afectadas pelo desemprego e a promessa de colocação na Suíça. As pessoas pagam por um serviço: o contrato, sem conhecerem o patrão, ou a empresa para onde vão trabalhar, nem tão pouco às condições de trabalho a que devem obedecer, isto é, as normas locais de contratação. Antes de deixar Portugal cada “candidato” a emigrante deve, não importa para qual o país, obter informações muito claras. O tempo “do salto” já lá vai; estamos num mundo muito diferente, moderno (?), onde as regras existentes estão a ser constantemente postas de lado. Concretamente, cada trabalhador emigrante ao sair de Portugal deve estar muito atento para não cair nas mãos dos oportunistas, ou vigaristas.

PERGUNTA - Num país como a Suíça, como é que a comunidade portuguesa está organizada?


MB - Existem dezenas de associações e clubes com sedes activas, mais de duzentas organizações. Comissões de pais de apoio ao ensino da língua e cultura portuguesa. Temos órgãos de comunicação social próprios; rádios e jornais. As missões católicas ocupam uma posição de grande relevo no apoio espiritual e social a quem os procura. Sindicatos suíços com funcionários e secretários de língua portuguesa. As empresas portuguesas alargam a sua intervenção em sectores económicos muito importantes. A Embaixada de Portugal, Consulados, ICEP e o Conselho das Comunidades Portuguesas ocupam o papel central da organização desta comunidade.

PERGUNTA - Fala-se em Portugal de que milhares de portugueses quererem deixar a Suíça pelo facto de não lhes serem dadas garantias do levantamento dos fundos da previdência profissional, os chamados fundos do 2° pilar? O que é isso afinal e que consequências traz?


MB - Vamos falar de uma questão que é única no Mundo. Na Suíça foi criado um fundo de Previdência Profissional obrigatório como complemento do seguro oficial de velhice e invalidez. Isto é um complemento do seguro que nos garante, mediante os contributo que cada um de nós paga, as reformas de invalidez e velhice. Como esse pilar ( oficial) de segurança é insuficiente para garantir o mínimo de vida de um trabalhador, após mais de quatro dezenas de descontos, foi criado um sistema paralelo apenas com os contributos do trabalhador e as empresas. O princípio é, com estes fundos, assegurar, de forma adequada, a manutenção do nível de vida habitual no período de reforma. No entanto estes fundos podem, caso o assegurado o entenda, ser levantados na condição de deixar definitivamente a Suíça e fixar residência em Portugal. Não é uma situação nova, existe desde que este sistema entrou em vigor. Perante esta realidade temos duas opções: reforma, ou levantamento de capital!

PERGUNTA - Então a situação não é tão complicada como isso?


MB - Exactamente o contrário! Tudo depende da situação financeira e pessoal do interessado, e muito particularmente da questão principal, a esperança de vida.


Existem pessoas que preferem o capital líquido deste fundo e outras a reforma. Isto que dizer que, o Acordo assinada entre as instituições suíças e portuguesas, do qual eu sou um defensor, vai permitir futuramente, mesmo após a data de 1 de Junho de 2207, o levantamento destes fundos.

PERGUNTA - Mas afirma que vão regressar a Portugal mais de 15 mil emigrantes até final do ano.


MB - É verdade! Existe uma tendência para o regresso imediato pelo facto das pessoas desconhecerem a existência deste acordo e, também, por se estar injustificadamente num regime de alarme e suspeição. Existe a informação, neste caso oficial e segura, e a contra informação (o jornal da caserna). Infelizmente a segunda posição tem muita influência junto das pessoas menos esclarecidas. Quanto a nós, conselheiros da comunidade, temos o dever de esclarecer as pessoas. No entanto cada um pode fazer aquilo que muito bem entender.


PERGUNTA - Circulou há pouco tempo a notícia de que os membros do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, do qual você faz parte, queriam pedir a demissão por não se entenderem com o Secretário de estado, Dr. António Braga.


MB - Sim, é verdade! Essa possibilidade foi colocada e foi posta de parte porque os conselheiros, e muito bem, procuraram um entendimento directo com o actual titular da pasta das comunidades. Vivemos num país democrático e, como é natural, procuramos junto dos responsáveis do Estado uma melhor relação. Se o Estado Português criou um órgão de consulta e representativo dos portugueses espalhados pelo Mundo é evidente que os seus membros, eleitos pelas bases, os emigrantes, entendam ser consultados sobre estas políticas. O Dr. António Braga compreendeu isto, e, acreditamos, as relações vão melhorar.


PERGUNTA - Para finalizar quer deixar uma mensagem.


MB - Sim! Todos nós somos portugueses e temos responsabilidades no futuro de Portugal. Todo o português dentro ou fora da sua fronteira deve procurar criar entre si uma ponte de ligação universal. O futuro está nas nossas mãos!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

É muito estúpido no país Portugal ter de haver uma lei para se ouvir música...


António Manuel Ribeiro - UHF
"É muito estúpido no país Portugal ter de haver uma lei para se ouvir música..."





Após vários anos sem pisar os palcos dos Coliseus, António Manuel Ribeiro, cantor, compositor, poeta, músico e timoneiro do mais antigo e carismático grupo de Rock português em actividade, os UHF, levaram recentemente ao rubro os fãs que preenchiam as salas, conseguindo agregar três gerações pais, filhos e netos, vivendo todos eles momentos de euforia. Ao lado de António Manuel Ribeiro, estiveram António Côrte-Real na guitarra, Fernando Rodrigues, baixo e Ivan Cristiano na bateria. De referir, que parte das receitas arrecadadas dos concertos, reverteram a favor da missão da AMI no Líbano.




Manuel Araújo



 — Quantos anos de vida tem já a vossa banda, onde nasceu?

António Manuel Ribeiro - Os UHF começaram há 28 anos atrás, entre a cidade de Almada e a vila da Costa de Caparica.

 — São então, a banda Rock mais antiga de Portugal?

AMR - Sim, neste momento somos o grupo mais antigo em actividade.

 — Actualmente quem são os elementos dos UHF?

AMR - O quarteto é formado pelo António Côrte-Real (guitarra), Fernando Rodrigues (baixo), Ivan Cristiano (bateria) e por mim.

 — Desde o vosso início como banda, quantos trabalhos já publicaram?
AMR – Não sei ao certo, mas são muitos, prata, ouro e platina, e a caminho do primeiro milhão. Só no ano passado, por causa do campeonato ganho pelo meu clube, o hino “Sou Benfica” disparou nas vendas e foi um ouro e quatro platinas.

 — Qual o trabalho discográfico e o espectáculo mais marcante da tua carreira?

AMR – Não há. As coisas não são assim. Estou a caminho dos 28 anos de carreira. Não há um concerto, são muitos e muito bons. Com quase 300 canções escritas já não sei isolar uma apenas.

 — O teu último livro foi “Cavalos de Corrida – A Poética dos UHF”. Quantos já publicaste e onde se podem adquirir?

AMR – Este é o meu terceiro livro, depois de “Todas As faxes de Um Rosto” (2002) e “Se o Amor Fosse Azul que Faríamos Nós da Noite?” (2003). Estão à venda em todas as livrarias ou através da loja virtual do site dos UHF www.uhfrock.com.

 — Catorze anos depois, e a fechar a digressão 2006 com chave de ouro, os UHF voltaram aos Coliseus de Lisboa e Porto. Como foi e qual foi a sensação?
AMR - Foi bom e foi mágico para nós e para os fãs. Sabes que nós podemos andar um ano inteiro a dar grandes concertos por aí, mas se não vamos àquelas salas míticas parece que nada acontece. Aproveitámos também para gravar os dois concertos para DVD (Lisboa) e CD (Porto).

 — Esse CD e o DVD que referes, quando vão ser comercializado e onde se podem adquirir?

AMR - A edição do DVD+CD só acontecerá em 2007, provavelmente depois do verão, com outro grande concerto. A sua aquisição é naturalmente feita nas lojas especializadas.

 — E agora, como vês o futuro, que projectos?

AMR - Há muito que vejo o futuro através do presente – chama-se a isso o eterno momento do agora. É evidente que tenho, temos, vários projectos para coisas que queremos fazer – uma digressão acústica no inverno, dois a três discos de estúdio e outras coisas como continuar a escrever livros, no meu caso pessoal. Mas aprendi a tempo que, se não vivermos um dia de cada vez, soçobramos na ansiedade da interrogação que é o futuro. É um defeito educacional que já ultrapassei.

 — O que pensas do actual panorama da música portuguesa?

AMR – Não penso grande coisa, mas eu também não sou nem um alinhado nem um pedinte – não sou politicamente correcto. Como em quase tudo no nosso país, se as coisas estão mal, os autores somos nó, falando de uma perspectiva interna. Externamente estamos a sofrer com a nova era da pirataria informática, como em todo o mundo. Para um mercado curto e frágil tudo se torna mais difícil.

 — Crês que, após a aplicação da nova Lei, que obriga as rádios a passar mais música portuguesa, o panorama musical se alterou?

AMR – Não faço a mínima ideia. Pessoalmente não sinto esse crescendo. E é muito estúpido n o país Portugal ter de haver uma lei para se ouvir música feita pelos nativos. Em Portugal andamos assim, a recuar, com medo, sem desígnio.

 - A Música em Portugal é apoiada por algum organismo ou instituição?
AMR – Não, nem tem que ser. A música é um produto, inserido numa indústria, representa a cultura de cada tempo e deve ter livre acesso à divulgação: foi para isso que se inventou a rádio. Já agora, para nos rirmos um pouco: que tal os noticiários passarem as notícias do passado e os anúncios serem do outro século?

 — A repressão, ultimamente efectuada pela Polícia Judiciária, contra os “piratas dos downloads” de música, já se reflectiu no aumento das vendas?

AMR – Não sei, penso que não. O problema português e á falta de dinheiro para comprar o chamado “produto cultural”. É a diferença entra os visitantes de uma FNAC em Paris que andam com um cabaz às compras e uma FNAC de Lisboa com pessoas a ouvir e a lerem de borla de uma forma continuada. A actuação da PJ sobre a pirataria dos downloads vai no seguimento daquilo que há muito se faz no resto do mundo civilizado.

 — Não serão os 21% do IVA, que torna o valor do CD proibido para muitas bolsas, que ajuda a fomentar a “pirataria”?

AMR – Para um país de tantas fragilidades culturais, era bom o governo percebesse que o disco não é um produto diferente do livro, apesar do primeiro ter um IVA de 21% e o segundo de 5%. Não se geram mais receitas em impostos: geram-se novos esquemas para obter o disco sem pagar nada aos autores, aos artistas e… pasme-se, ao Estado. É uma questão básica e primária.

 - Na perspectiva do comprador, valerá a pena comprar um CD novo, se passados uns dias em “promoções”, se pode adquirir esse mesmo CD, a menos metade do preço?

AMR – Escrevi sobre essa matéria há um mês no blogue Canal Maldito, provocando a ira dos pequenos patrões da nossa indústria musical. Vivem com um sonho: pode ser que pegue e se pegar, pagam. Volta Eça de Queirós, o país continua saloio.

 — Se não fosses músico, que outra profissão escolherias?

AMR - Não sei, lá vem a questão de há pouco: se vives o eterno momento do agora, também não olhas para trás, não te lamentas, passaste, aprendeste, experienciaste, segue o teu caminho. Eu gosto de ser músico, compositor, escritor. Vivi com a música um crescimento pessoal fantástico. Por isso voltaria a escolher ser músico-escritor.

 — Para terminar, uma palavra para os fãs dos UHF espalhados por todo o Mundo.

AMR - Através do sítio www.uhfrock.com vamos continuar o diálogo. Espero sempre poder estar num palco perante vós. Abraço.

domingo, dezembro 03, 2006

Agradecimento, desculpa e informação

Desculpem o meu prologado silêncio, mas após insistência de tantos emails a questionar o porquê da demora da saída do jornal, queria que ficassem a saber por mim e não por terceiros, ou de bocas maldizentes, o porquê desta demora.

Sim, eu fui convidado para ser o responsável editorial, de uma publicação, num projecto que estava já em marcha.

Esse projecto, de que faziam parte vários “jornalistas”, era baseado numa rádio, uma TV online e num jornal em papel e tal como me foi apresentado, era um projecto bastante ambicioso e inovador, por isso aceitei o desafio.

A minha função, era a edição e execução do jornal e na data inicialmente acordada e anunciada publicamente, estava pronto para a rotativa.

Devido a problemas burocráticos e legais, dos quais sou totalmente alheio e que não tem muito interesse saber neste momento, constatei não ser viável a edição da referida publicação.

Passado todo este tempo, acho que fazia sentido dar uma explicação, a todos aqueles que me conhecem e incondicionalmente deram o seu apoio.

Quero aqui também, publicamente pedir desculpa, agradecer e sobretudo informar, de que já nada me liga ao referido projecto, no qual, inicialmente acreditei e lhe reconheci qualidades.

A todos um obrigado e quem sabe, talvez um até já...

Manuel Araújo
http://manuelaraujo.blogspot.com

terça-feira, novembro 28, 2006

"Apito doirado?" Que é isso?

Árbitro suspenso protesta em frente à Federação

O árbitro Luís Leão Rodrigues prosseguiu hoje o seu protesto à porta da sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), contestando a suspensão de quatro meses de que foi alvo, após ter denunciado uma tentativa de corrupção.


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Comentários para quê ?

segunda-feira, novembro 27, 2006

FIJ E FEJ CRITICAM ALTERAÇÕES AO ESTATUTO DO JORNALISTA EM PORTUGAL

Em carta enviada a 23 de Novembro aos Grupos Parlamentares e ao ministro Augusto Santos Silva, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) expressam profunda preocupação com as propostas de alteração do Estatuto do Jornalista português apresentadas à Assembleia da República e admitem recorrrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
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SJ PROMOVE DEBATE EM BRAGA SOBRE A CAIXA DOS JORNALISTAS

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) convida todos os jornalistas dos distritos de Braga e Viana do Castelo para uma reunião dia 29 de Novembro, às 21 horas, na Junta de Freguesia de S. Victor, em Braga.
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