quarta-feira, janeiro 03, 2007

SIM ou NÃO - eis a questão

Porque entendo, que ninguém é detentor exclusivo da razão e da verdade, o texto que segue é apenas a minha modesta opinião e a minha firme convicção, mas respeito como é óbvio as ideias opostas.

Todos sabem que o aborto é uma constatação lamentável e triste, mas o que é um facto, é que muitas mulheres efectuam-no e isto, é uma realidade que ninguém pode esconder...

Começo por declarar, que votarei "SIM". Não pelo mesmo motivo do ex-secretário de Estado da Saúde de um Governo de Cavaco Silva, Albino Aroso ter afirmado que, "cientistas de todo o mundo civilizado não reconhecem a existência de vida humana" até às 10 semanas de gravidez.
Sobre isso sou séptico, mas a questão crucial deste referendo é, se a mulher abortar até às 10 semanas deve ou não, ser humilhada publicamente, ser sujeita a processos judiciais, ir presa e ser julgada.

Esta situação actual não pode continuar porque é a demonstração da hipocrisia e do atraso da sociedade portuguesa, que ainda mete na cadeia mulheres, por engravidar.

Mas... se elas, as mulheres (ou os inseminadores) tiverem dinheiro, nessa situação, já podem ir às inúmeras e luxuosas "clinicas" de "desmancho" que existem no nosso país, ou no estrangeiro e aí, já ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê. Não há abortos...

Mas... em contrapartida, as coitadas que não tiverem dinheiro, sujeitam-se à humilhação, à clandestinidade do vão de escada, aos "médicos e parteiras improvisados", em locais sem quaisquer condições de higiene ou segurança... e essas sim, são culpadas, fazem abortos e só essas, as pobres, devem ser condenadas...

Pela igualdade de direitos, pela Justiça e pelo fim da perseguição às mulheres, digo não à hipocrisia... e votarei SIM.

1 comentário:

Anónimo disse...

em parte estou de acordo com o que escreveu acerca do Aborto e a humilhação das mulheres. Mas será que se respeita a vida humana?? ´quem defende as crinças?? meu caro amigo muitas mulheres irão passar das dez semanas para efectua um aborto legal tal não será a lista de espera. E ai? não é crime?!.


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