Manuel Araújo - ano 2003
Como me considero ainda, um cidadão livre, de pensar e agir e de acordo com o que a Lei me faculta, decidi apoiar subscrever e comentar um abaixo-assinado surgido em Caldelas em que pediam às autoridades competentes, a devolução do único espaço que inicialmente estava destinado ao teatro, ao folclore, conferências, congressos, cinema, ensaios vários, etc, ou seja, um Auditório para fins culturais.
O referido espaço, propriedade da Junta de Freguesia, funciona, ilegalmente há mais de dois anos, isto é um facto, pois não possui qualquer espécie de licença, seja ela de regulamentação, abertura ou de comercialização de bebidas alcoólicas, entre elas o vinho de produtores privados, sem qualquer controle, nem tão-pouco licença das máquinas de jogos electrónicos.
Em declarações públicas, um membro da junta de freguesia afirmou que a exploração do local foi cedida ao Grupo Coral / Comissão de festas, mas por outro lado, fonte bem colocada do Grupo Coral, contesta e refuta a afirmação e assegura que “o Grupo Coral, não tem nada a ver com a tasca”.
Autoridades concelhias e distritais, são, desde há algum tempo, conhecedoras da situação, mas nada aconteceu até ao momento. Será que evocaram também a excepção à Lei, tal como fizeram em Barrancos com o toiros de morte?
Além das ilegalidades expostas, acresce ainda o facto, de o espaço não ter condições de segurança ou de higiene – segundo o parecer recente, dos técnicos da Câmara Municipal de Amares, que chegaram à conclusão de que — “o espaço é inapropriado para auditório ou para biblioteca”…
É estranho, pois, supostamente, foram os mesmos serviços, que deram o parecer favorável, aquando a sua construção para o fim de um Auditório .
Mas não serve para auditório ou biblioteca agora, dizem os técnicos. Mas servirá para serviço de tasca ?
À margem de todas as regras de bom relacionamento com os restantes condóminos, resolveram, sem dar satisfação a ninguém, abrir enormes orifícios na parede do imóvel, para o exterior, para assim expelir os fumos.
Perante a minha tomada de posição, sobre a situação, tudo na minha vida se complicou. Senão vejamos;
Presumo que seja apenas “coincidência”, mas…
• pneus cortados,
• inscrições murais de teor intimidatório,
• envenenamento dos cães dentro do meu próprio quintal,
• o pão da manhã espalhado, pelo chão
• e a recentemente e repetida vandalização por lacragem, do canhão da fechadura da porta do meu escritório, impedindo-me de entrar,
Isto já dá que pensar, por isso, apresentei queixa na GNR, contra “desconhecidos”.
Recordo, uma confidência de um amigo, que me avisou quando comecei a denunciar estes casos, que os “Talibãs” iriam atacar-me… e que eram “talibãs” pseudo feudais, homens ressabiados, habituados a serem servidos e adorados, que detestavam quem lhes fizesse sombra, ou lhes falasse alto e que não gostavam também, que ninguém se lhes metesse pelo caminho, ou lhe ocupassem as clareiras.
Ah… disse-me também esse meu amigo, que as mulheres deles, nem sempre usavam “burkas”. Essa afirmação, eu não a entendi… Não a entendi…. e fiquei admirado, porque as tribos verdadeiramente talibãs, são de outras paragens, o que ainda existe aqui, são alguns caciques que pensei estarem já definitivamente acantonados, extintos ou em hibernação.
Sabe-se, que alguns desses talibãs/caciques mais jovens, conseguiram escapar e tinham-se integrado plenamente e posto de lado o fundamentalismo, que, durante décadas os orientou. Acho que alguns deles evoluíram e aprenderam a respeitar e a viver em sociedade e em paz…
Tenho pensado, no alerta desse meu amigo e agradeço-lhe ter-me avisado, mas não tenho receio, porque os “talibãs” verdadeiros não existem em Caldelas, existe apenas alguns caciques cobardolas, que lançam a pedra (ou mandam lançar) e escondem a mão. Ou melhor, ordenam aos pobres “jaquinzinhos” que o façam.
Os verdadeiros talibãs, os quais também nada aprecio, esses sim, são corajosos e dão a cara, recorde-se, que mesmo contra a vontade de todo o Mundo, eles dinamitaram e destruíram as estátuas dos Budas Gigantes no Afeganistão. Estes de Caldelas são diferentes, são falsos e actuam cobardemente na calada da noite.
A propósito: alguém sabe, o que fizeram eles, com os camiões de pedra, gravilha e cascalho “desaparecidos”?
Eu sei… e muita gente de Caldelas também sabe, mas com medo nada diz…
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