Foi numa esplanada de uma praia do norte de Portugal, numa tarde do fim de Fevereiro, o sol já pálido, sem calor e que começava esconder-se no horizonte, que me encontrei com o “Zé”. O vento intenso, fazia-se sentir de norte e era cortante, a entrevista tinha de ser rápida... A conversa foi amigável como sempre, mas desta vez, breve e incisiva, pois o “tempo era curto”, a hora de mais um espectáculo aproximava-se...
Manuel Araújo
Zé, quantos anos já tens de carreira, lembras-te ainda, onde foi o teu primeiro espectáculo?
Foi no jardim da Manga em Coimbra, no ano de 1956, tinha 14 anos, faz as contas... (risos)
Quantos trabalhos já tens publicados ?
Olha, desde 1967... tem sido um por ano. Faz as contas... :)
Qual a música e o espectáculo mais importante da tua carreira ?
Sem dúvida, que a música é os “10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte” e espectáculo mais importante foi no Anfiteatro Doca na EXPO 98.
O que pensas do actual panorama da música portuguesa?
Não penso !
A aplicação da nova Lei, que obriga as rádios a passar mais música portuguesa, já se faz sentir ?
Os 30% que obrigam as rádios a passar, deviam ser para os estrangeiros!
Hoje, o que se ouve na rádio ?
Ouve-se o bom e o mau, mas pouco português.
A “Febre de Sábado” na RTP, do Júlio Isidro, segundo informações recentes vai continuar. Que pensas sobre o programa?
Devia haver um por semana.
Em Portugal, o acesso à música é fácil ?
Para os mais jovens não, mas os mais velhos estão “proibidos”.
Vocês músicos são apoiados pelo Governo, ou alguma outra instituição ?
Deixa-me rir... isso só em Espanha!
Já actuaste na Suíça ?
Muitas vezes e fui sempre bem recebido. Espero voltar. Quando quiserem... tanto em terras helvéticas, como em Braga, Amares, ou Elvas. Onde e quando quiserem... (risos)
De que forma as Associações e Comissões de Festas te poderão contactar?
Através do teu site, “www.manuel-araujo.com/vozesdopalco/”, do meu, http://www.josecid.com, concertos@josecid.com ou simplesmente, contactem a vossa revista.
Uma palavra aos nossos “portugueses/suíços” ?
Adoro-vos e obrigado pelo apoio que me têm dado...
Nasceu na Chamusca a 4 de Fevereiro de 1942. A fama chegou-lhe inicialmente através da sua participação como teclista e vocalista no Quarteto 1111, onde obteve grande êxito com a canção “A lenda de El-Rei D. Sebastião”. Esta canção, inovadora para a época, apresentava sons diferentes daqueles a que o público estava habituado, com reflexos psicadélicos. Ainda com o quarteto, concorreu ao festival da canção de 1968, com “Balada para D. Inês”.
Em 1973, a banda adopta o nome Green Windows, numa tentativa de internacionalização.
Uma das suas composições mais conhecidas, “Ontem, Hoje e Amanhã”, recebe o prémio “outstanding composition” no Festival Yamaha de Tóquio, em 1975, deixando para trás nomes como Elton John ou os espanhóis Aguaviva.
Em 1978 publica o álbum “10000 depois entre Vénus e Marte”, um marco na história do rock progressivo, e que vem a obter mais tarde reconhecimento a nível internacional.
José Cid concorreu ao Festival da Canção de 1978 com três composições, alcançando o 2º lugar com “O meu piano”. Em 1980, com a canção “Um grande, grande amor”, vence este certame com 93 pontos.
No eurofestival da canção de 1980, José Cid conquista um honroso 7º lugar com 80 pontos entre 19 concorrentes.
É o autor de outros grandes êxitos, como “Olá vampiro bom”, “A Rosa que te dei”, “Como o macaco gosta de banana”, “Mosca Superstar” ou “Cai neve em Nova York”.
É monárquico e vive actualmente na Anadia.
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